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Quero voltar pra barriga da minha mãe!

  • Foto do escritor: Sofia Sá Sodero Toledo
    Sofia Sá Sodero Toledo
  • 4 de mar.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 30 de abr.



Em fevereiro desse ano eu saí do interior do estado de São Paulo, da casa dos meus pais, e me mudei para São Paulo capital e descobri uma coisa.

Modéstia a parte, eu nunca fui uma adolescente que deu trabalho para os meus pais, nunca fui a famosa “aborrecente”. Eu nunca menti para eles, não bebo, não fumo e eles sempre sabem das fofocas da vida de todos os meus amigos, porque eu sempre conto tudo! Tá, não vou mentir, teve uma vez que eu fiz um RG falso (por que eu tô contando que pratiquei um crime de falsificação ideológica?) pra ir a uma festa de carnaval, mas em minha defesa, minha mãe já sabia!...

Resumindo, eu tenho uma ótima relação com meus pais; pra mim, eles não são só meus pais, são meus amigos, também! “Ah! Mas isso foi sempre assim?” Claro que não! Já briguei muitas vezes com a minha mãe por ser desorganizada, por não ser estudiosa e por encher o saco do meu irmão. Já briguei muito com meu pai por ser respondona e folgada, segundo ele. Mas a questão é: muitas vezes durante essas discussões, eu sempre pensava: “um dia eu vou morar sozinha e vou poder deixar meu quarto uma zona! Vou poder lavar a louça na hora que eu quiser! Vou ser livre pra fazer as coisas do meu jeito e no meu tempo!”

E o engraçado, é que o tão desejado “morar sozinha” enfim chegou e agora eu vou contar minha descoberta pra vocês: morar sozinha é 8% liberdade e 92% responsabilidade.

É! Tô falando sério! Se você aí é adolescente e tá lendo isso e tá louca pra ir morar sozinha, fica ligada, porque se antes era chato ter que lavar a louça na hora que eles mandavam, agora você tem que fazer a comida, lavar a louça depois de comer (se não vem bicho e eu tenho medo de barata), secar e guardar, claro, tudo no seu tempo, ou melhor no seu pouco tempo disponível.

Morar sozinha, pra mim, é algo ambíguo. Por exemplo: quando você mora sozinha, ninguém invade sua privacidade, entra no seu quarto sem bater na porta ou come a sua comida e isso é maravilhoso; mas, ao mesmo tempo, não tem ninguém pra você conversar, sua única companhia é você. Quer outro exemplo? Quando você mora sozinha você amadurece muito e se torna uma pessoa muito mais responsável e independente; mas, ao mesmo tempo, todos os problemas que possam surgir é você quem vai ter que concertar... Ou seja, se entrar uma barata, quem vai ter que matar é você! (No meu caso eu deixaria meu apartamento pra barata, isso é uma outra solução, também!)

Vou dar mais um último exemplo. Quando você mora sozinha, você pode escolher exatamente com o que você vai gastar seu dinheiro, então, exatamente por isso, você acaba gastando com coisas essenciais pra sua sobrevivência, e a sua “wishlist” fica esquecida no bloco de notas. (E deixa eu falar, do nada as coisas ficaram tão caras! Quando eu morava com meus pais eu nem via a inflação!)

Então, por isso, eu decidi que quero voltar pra barriga da minha mãe! Lá, de certa forma eu estarei morando sozinha ainda, mas consigo ouvir as vozes dos meus pais; meus gastos vão diminuir muito, graças ao sistema de cordão umbilical; e em algum momento eu posso nascer de novo e reviver todos os momentos bons com eles, sabendo que morar sozinha é bom, mas sempre vai faltar um pedacinho deles comigo. Ah! E claro, porque é impossível aparecer uma barata dentro de um útero, né? (Eu espero...)

 
 
 

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